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Chamando o Servo de Deus de "Santo" não queremos, aqui, antecipar o pronunciamento da Santa Igreja, mas queremos tão somente falar como o povo de Deus chama o Cônego Lafayette: "Santo Cônego".

sexta-feira, 13 de março de 2009

REVISTA DE HAGIOLOGIA

A Academia Mineira de Hagiologia lançará ainda neste semestre o primeiro número de sua revista HAGIOLOGIA, que terá duas edições por ano: julho e dezembro.
Aguardem!

terça-feira, 10 de março de 2009

Alguns trechos de Cartas recebidas pelo Servo de Deus

Carta nº 1 - Pe­di­do de gra­ça e bên­ção.

Ita­ma­ran­di­ba, 06 de agos­to de 1959
Rev.mo Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,no mo­men­to em que pas­so a trans­mi­tir es­tas sim­ples fra­ses, ve­nho pe­dir-vos, por es­mo­la, uma ora­ção pa­ra eu al­can­çar um mi­la­gre. Eis a mi­nha si­tua­ção: Gos­to de um ra­paz há ­seis ­anos. De­pois tu­do atra­pa­lhou-se. Ho­je ele es­tá na­mo­ran­do com ou­tra mo­ça. Eu não o es­que­ço nem con­si­go na­mo­rar ou­tro ra­paz. A fa­mí­lia de­le é su­pe­rior à mi­nha e o seu pes­soal não faz gos­to, mas sei que ele gos­ta de mim e eu ain­da ­mais de­le. Por­tan­to, pe­ço-vos fa­zer-me es­que­cê-lo ou tor­nar a en­ca­mi­nhar o nos­so ca­sa­men­to. Des­de já, agra­de­cen­do, fi­na­li­zo. Pe­ço tam­bém uma bên­ção pa­ra uma so­bri­nha mi­nha que es­tá de­sam­pa­ra­da, pre­ci­san­do de uma co­lo­ca­ção, um em­pre­go. Ela é ain­da "de me­nor". No ­mais as­si­no-me, C.T.A.

Car­ta n.º 2 -Pe­di­do de bên­ção da saú­de.

Ita­ma­ran­di­ba, 18 de agos­to de 1959
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te,hu­mil­de­men­te vos pe­ço a bên­ção e uma ora­ção pa­ra mi­nha cu­ra, por­que vi­vo mui­to doen­te. Pe­ço-vos a es­mo­la de uma bên­ção pa­ra meu fi­lho J.G.M. que pa­re­ce so­frer uma ten­ta­ção: vi­ve mui­to de­so­rien­ta­do...
Vi­vo mui­to doen­te...A hu­mil­de que vos pe­de, M.G.A.

Car­ta n.º 3 - Pe­di­do de bên­ção da saú­de e de con­se­lho so­bre na­mo­ro.

Rio de Ja­nei­ro, 1º de no­vem­bro de 1959
Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,ape­sar do Sr. não me co­nhe­cer pes­soal­men­te, es­cre­vo es­ta car­ta por­que en­con­tro-me de­ses­pe­ra­da. Pe­ço a bên­ção da saú­de por­que te­nho a ­idéia mui­to per­tur­ba­da. Ve­jo a ho­ra de fi­car lou­ca. Es­pe­ro mes­mo por car­ta, re­ce­ber es­ta gra­ça. Nas­ci aí e fui cria­da em Glu­cí­nio até a ida­de de 16 ­anos. Há cin­co ­anos es­tou ­aqui. Vi­vo ho­ras ator­men­ta­das. Sou ca­tó­li­ca, até mes­mo da Con­fra­ria de Nos­sa Se­nho­ra da Con­so­la­ção. Re­zo com fé, mas, mes­mo as­sim as coi­sas me são con­trá­rias. Pe­ço ao Sr., se for pos­sí­vel, um con­se­lho: Eu gos­to de um ra­paz aí... Tal­vez o Sr. o co­nhe­ça. É o jo­vem J.F., fi­lho de J.F. Pa­re­ce que ele me ama, mas mui­tas co­le­gas fa­zem tu­do pa­ra se­pa­rar-me des­te ­amor. Sou ór­fã de pai. Mi­nha mãe não po­de fa­zer na­da por mim. Meu ­maior de­se­jo é ca­sar-me, ad­qui­rir o meu lar. Eu tra­ba­lho, sus­ten­to mi­nha mãe. Às ve­zes nem sei se de­vo me ca­sar e vi­ver ao la­do da­que­le que eu amo tan­to. ­Qual é a opi­nião do Sr.? M.F.S.

Car­ta n.º 4 - Car­ta de sua ir­mã con­san­güí­nea, com pe­di­do de ora­ções por al­guém.

Re­ci­fe, Pa­tro­na­to de São Vi­cen­te de Pau­lo, 18-04-1960
Meu ca­ro ir­mão,Lou­va­do se­ja Nos­so Se­nhor Je­sus Cris­to!
Re­ce­bi uma car­ti­nha do nos­so que­ri­do ir­mão Pe. Jo­sé, dan­do-me ­suas no­tí­cias. Gra­ças a ­Deus são ­boas e con­so­la­do­ras. Não re­cla­mo nem me quei­xo de ser es­que­ci­da, ­pois sei per­fei­ta­men­te que o tem­po é pou­co. Em to­do ca­so não pos­so dei­xar de ba­ter à por­ta do seu co­ra­ção no mo­men­to. Es­tou mui­to ne­ces­si­ta­da do seu au­xí­lio, pa­ra me aju­dar a fa­zer uma vio­lên­cia ao céu, em fa­vor de uma po­bre al­ma que ­caiu no er­ro. É uma al­ma que me é ca­ra e cu­ja que­da me aba­lou... Te­nho re­za­do mui­to e com mui­ta con­fian­ça que Nos­so Se­nhor me fa­rá es­ta con­ver­são, mas vo­cê, co­mo sa­cer­do­te, tem ­mais for­ça jun­to ao al­tar, e no mo­men­to de sua mis­sa co­lo­que es­ta po­bre cria­tu­ra (cha­ma-se Ma­ria dos An­jos) na pa­te­na sa­gra­da. Nos­so Se­nhor o pa­ga­rá por mim. Es­te ano a nos­sa co­mu­ni­da­de es­tá fes­te­jan­do o tri­cen­te­ná­rio da mor­te de nos­so pai São Vi­cen­te de Pau­lo e de nos­sa mãe San­ta Luí­za de Ma­ri­lac e, pa­ra mim se Nos­so Se­nhor me con­ce­der es­ta gra­ça, se­rá uma con­so­la­ção imen­sa. Fi­co ­aqui. Con­to com ­suas ora­ções e de ­seus pa­ro­quia­nos.
Sua ir­mã ­mais de­di­ca­da,Ir. Apo­li­ne Coe­lho, Fi­lha de Ca­ri­da­de.

Car­ta n.º 5 - Pe­di­do de bên­ção da saú­de.

São Pe­dro do Sua­çuí, 12 de se­tem­bro de 1960
Sr. Cô­ne­go,os­cu­lan­do vos­sas ben­fa­ze­jas ­mãos, pe­ço-vos aben­çoar-me.
É im­pul­sio­na­da por uma gran­de ne­ces­si­da­de de al­can­çar uma gra­ça que vos di­ri­jo es­ta car­ta, al­me­jan­do a vos­sa pre­cio­sa bên­ção. Sr. Cô­ne­go, te­nho um fi­lho com ­dois ­anos e pou­co, com as per­ni­nhas mo­les; ele não ca­mi­nha. Tem a ca­be­ça um pou­co cres­ci­da. Eu, há tem­po, an­do adoen­ta­da. Fui sub­me­ti­da a di­ver­sos tra­ta­men­tos, os ­quais têm si­do inú­teis. Cien­te de vos­sa va­lio­sa bên­ção, con­fia­da em ­Deus, ro­go-vos uma bên­ção es­pe­cial pa­ra meu fi­lho que não ca­mi­nha, pa­ra meu com­ple­to res­ta­be­le­ci­men­to, saú­de e fe­li­ci­da­de pa­ra to­da mi­nha fa­mí­lia. Eu de­se­ja­va ir pes­soal­men­te, mas sen­do im­pos­sí­vel (pe­los mo­ti­vos aci­ma re­fe­ri­dos), vos es­cre­vo, es­pe­ran­do re­ce­ber a vos­sa san­ta bên­ção... ­Deus vos re­com­pen­sa­rá por mim...Subs­cre­ve a vos­sa ser­va, M.D.B.R.
Jun­ta­men­te re­me­to a im­por­tân­cia de Cr$ 50,00, sen­do uma pe­que­na es­mo­la pa­ra o Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus.

Car­ta nº 6 - Pe­di­do de bên­ção pa­ra a cu­ra do al­coo­lis­mo.

São Pe­dro do Sua­çuí, 24 de ou­tu­bro de 1960
Revmo. Cô­ne­go La­fa­yet­te, ve­nho por ­meio des­ta pe­dir ao Sr. pa­ra dar uma bên­ção em meu ma­ri­do, pa­ra que ele dei­xe de be­ber. Ele só fi­ca be­ben­do, não tra­ba­lha, não com­pra coi­sa ne­nhu­ma pa­ra ca­sa. Eu não sou mui­to no­va ­mais, doen­te, tra­ba­lho "por dia" pa­ra os ou­tros pa­ra sus­ten­tar ­duas me­ni­nas, com­prar o que pre­ci­sa em ca­sa. Meu ma­ri­do xin­ga, bri­ga quan­do fa­lo com ele em tra­ba­lho. Quan­do não tem di­nhei­ro pa­ra be­ber, ven­de en­xa­da, foi­ce, ga­li­nha, o que ele ­acha, pa­ra com­prar ca­cha­ça. Fi­ca na ca­ma ­dias e ­dias, só be­ben­do, man­dan­do-me pe­dir es­mo­las pa­ra tra­tar de­le. Eu não te­nho co­ra­gem de pe­dir es­mo­las, ­pois ain­da pos­so tra­ba­lhar. Ape­nas fal­ta-me o sos­se­go pa­ra po­der tra­ba­lhar. Às ve­zes es­tou no tra­ba­lho e daí a pou­co pre­ci­so lar­gar tu­do e ­sair ­atrás de­le, nas ­ruas: ele es­tá fa­zen­do ­maus ne­gó­cios, amo­lan­do os ou­tros ou dor­min­do na rua... Ele cha­ma-se J.C.
Pe­ço- vos ser aten­di­da, subs­cre­ve a vos­sa cria­da, M.C.
NB: Man­do uma pe­que­na es­mo­la, ­pois não pos­so man­dar ­mais. Man­do ape­nas Cr$ 10.00.

Car­ta n.º 7 - Pe­di­do de bên­ção e de con­se­lhos.

São Jo­sé da Sa­fi­ra, 20 de ou­tu­bro de 1960
Revmo. Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,com o co­ra­ção con­tri­to sir­vo-me des­ta, de­se­jan­do-vos saú­de, paz e ale­gria, pa­ra fa­zer-vos um pe­di­do, o que de­ve­ria ser fei­to pes­soal­men­te... É o se­guin­te: Há ­mais de um ano que con­fes­sei e há 8 mes­ses ­mais ou me­nos que jul­go es­tar com o meu co­ra­ção ou o meu es­pí­ri­to afe­ta­do de ­maus pen­sa­men­tos, os ­quais, ­além de se­rem hor­ri­vel­men­te pre­ju­di­ciais à mi­nha al­ma, co­mo tam­bém se os co­lo­car em prá­ti­ca ha­ve­rá um gran­de pre­juí­zo mo­ral ... Con­fia­do em ­Deus e no Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te, ro­go, de joe­lhos, que o Sr. fa­ça um pe­di­do a ­Deus pa­ra que eu me li­vre de ­tais pen­sa­men­tos, sur­gin­do ou­tros ­bons no lu­gar, pa­ra que eu pos­sa es­tar con­for­me as ­Leis de ­Deus ... Aguar­do vos­sos con­se­lhos que, pa­ra mim, se­rão fon­te de ri­que­za. Ca­so se­ja pre­ci­so uma con­fis­são pes­soal es­tou dis­pos­to a fa­zê-la, so­men­te aguar­do as vos­sas or­dens...Subs­cre­vo-me, G.P.S.

Car­ta n.º 8 - Pe­di­do de bên­ção pa­ra a fa­mí­lia e pa­ra rea­li­zar ­bons ne­gó­cios.

Ubá, 15 de no­vem­bro de 1960
Revmo. Cô­ne­go La­fa­yet­te, com hu­mil­da­de bei­jo-lhe as ­mãos.
Ami­go que sou de Na­cip Ray­dan e por sua in­di­ca­ção ve­nho so­li­ci­tar vos­sa san­ta bên­ção pa­ra mi­nha fa­mí­lia, pa­ra mim pró­prio e pa­ra ­meus ne­gó­cios. Há tem­pos fui ví­ti­ma de enor­me pre­juí­zo fi­nan­cei­ro, mas, com aju­da de ­Deus, vou to­can­do a vi­da pra fren­te. As­pi­ran­do em­prés­ti­mo do Ban­co..., pe­ço ao Bom Pas­tor vos­sas ora­ções e aju­da es­pi­ri­tual pa­ra es­te ca­so, com boa so­lu­ção e boa aco­lhi­da por par­te das au­to­ri­da­des, des­pa­chan­do, fa­vo­ra­vel­men­te, meu pe­di­do. Sei do ines­ti­má­vel va­lor de vos­sas pre­ces e o mui­to que po­de­rão au­xi­liar es­se hu­mil­de cria­do,Dr. F. R. R. (mé­di­co)

Car­ta n.º 9 -Pe­di­do de bên­ção pa­ra me­lho­rar a si­tua­ção fi­nan­cei­ra.

São Pe­dro do Sua­çuí, 30 de de­zem­bro de 1960
Revmo. Cô­ne­go La­fa­yet­te, o mo­ti­vo des­ta é pe­dir ao Sr. aben­çoar-me, bem co­mo a meu ma­ri­do e ­meus fi­lhos, a fim de que Nos­sa Se­nho­ra das Gra­ças aju­de-nos a con­ser­tar a si­tua­ção fi­nan­cei­ra de meu ma­ri­do. Ele tem car­ro pró­prio, tra­ba­lha, mas o que ga­nha não é su­fi­cien­te pa­ra as des­pe­sas e mes­mo as­sim não dá. Em vos­sas ora­ções pe­ço-vos a bên­ção pa­ra ­sair o re­gis­tro da li­nha e tam­bém o em­pre­go pro­me­ti­do em Be­lo Ho­ri­zon­te, a fim de mu­dar­mos pa­ra lá. Pe­ço-vos a bên­ção pa­ra que o ano de 1961 se­ja me­lhor pa­ra nós...En­vio a Nos­sa Se­nho­ra das Gra­ças uma es­mo­la...M.D.H.

Car­ta n.º 10 - Pe­di­do de bên­ção, co­mu­ni­ca­ção de ­boas no­tí­cias e agra­de­ci­men­to.

Go­ver­na­dor Va­la­da­res, 3 de ja­nei­ro de 1961
Revmo. Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,Lou­va­do se­ja Nos­so Se­nhor Je­sus Cris­to!
Pe­din­do a bên­ção pa­ra mim e mi­nha fa­mí­lia, ini­cio es­ta pa­ra dar-vos mi­nhas no­tí­cias que, gra­ças ao Al­tís­si­mo, são ­boas. Tem es­ta a fi­na­li­da­de má­xi­ma de vos co­mu­ni­car o nas­ci­men­to do meu quar­to fi­lho, que nas­ceu aos 29 do mês p.p. Agra­de­ço mui­to as ora­ções que fi­zes­tes por mim, as ­quais pe­di pe­la car­ta que es­cre­vi me­ses ­atrás. Gra­ças ao bom ­Deus fui mui­to fe­liz. Pe­ço-vos lem­brar de mim, meu ma­ri­do e fi­lhos em vos­sas ora­ções, ­pois es­tas me são mui­tís­si­mo va­lio­sas. Pe­din­do-vos ­mais uma vez a San­ta bên­ção, des­pe­ço-me, aten­cio­sa­men­te, a ser­va em Cris­to,V.P.O.

Car­ta n.º 11 - Pe­di­do de bên­ção e ora­ções pa­ra um bom par­to.

Bon­fim (­Água Boa), 24 de ja­nei­ro de 1961
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te, Pe­ço-vos as vos­sas bên­çãos.
De­se­ja­va es­tar se­guin­do via­gem pa­ra ir pes­soal­men­te à vos­sa pre­sen­ça, mas re­co­nhe­ço que não su­por­to as do­res du­ran­te tão gran­de dis­tân­cia pa­ra ir a ca­va­lo. Re­sol­vi, en­tão, vos es­cre­ver es­tas li­nhas. ­Cheia de con­fian­ça no vos­so co­ra­ção po­de­ro­so, ve­nho pe­dir as vos­sas bên­çãos pa­ra mim e pa­ra to­dos de mi­nha ca­sa. Faz 3 ­anos e 6 me­ses que es­ti­ve aí: fiz ­duas con­fis­sões e um pe­di­do (e fui mui­to fe­liz). E ago­ra, ou­tra vez, ve­nho fa­zer o mes­mo: A mi­nha fi­lha es­tá grá­vi­da ou­tra vez, sen­tin­do-se bas­tan­te doen­te e mui­to de­sa­ni­ma­da. Con­fia­da no vos­so po­der, ve­nho pe­dir pa­ra ­orar pa­ra ela, pa­ra que re­sul­te um bom par­to. Ela cha­ma-se M.A. ­Aqui fi­ca es­ta me­nor cria­da e mui­to ami­ga M. J. C.

Car­ta n.º 12 - Pe­di­do de bên­ção e orien­ta­ção pa­ra rea­tar o noi­va­do.

Be­lo Ho­ri­zon­te, 17 de fe­ve­rei­ro de 1961
Revmo. Cô­ne­go La­fa­yet­te, ini­cial­men­te pe­ço-vos que me per­doe se es­tou es­cre­ven­do com o tra­ta­men­to er­ra­do... e pe­lo fa­to de es­tar es­cre­ven­do à má­qui­na, mas o fa­ço a fim de tor­nar mi­nha es­cri­ta le­gí­vel, pou­pan­do vos­so pre­cio­so tem­po... ­Aqui em Be­lo Ho­ri­zon­te, on­de mo­ro, ti­ve no­tí­cia de ser V. Rev.ma um Mi­nis­tro de ­Deus vir­tuo­sís­si­mo e que, por vos­so in­ter­mé­dio, tem ha­vi­do mui­tas gra­ças de ­Deus pa­ra nós pe­ca­do­res. To­mei es­te co­nhe­ci­men­to por in­ter­mé­dio de uma mo­ça cha­ma­da M. Es­tan­do em gran­de di­fi­cul­da­de re­sol­vi re­cor­rer à vos­sa bên­ção pa­ra mi­nha pes­soa e uma ou­tra que me é ca­ra. Tra­ta-se do Sr. J. A .M., meu ex-noi­vo, ra­paz de 31 ­anos, eco­no­mis­ta for­ma­do. Co­nhe­ci es­te ra­paz em ­maio de 1958... Fi­quei noi­va em de­zem­bro de 1958. Até ­três me­ses ­após o noi­va­do tu­do ocor­reu bem... Acon­te­ce, que em mar­ço de 1959, a mo­ça que ha­via me apre­sen­ta­do a es­te ra­paz, e que às ve­zes ia à mi­nha ca­sa em vi­si­tas, de­sen­ten­deu-se com mi­nha mãe... Fi­cou rai­vo­sa com is­so e dis­se as­sim: ­Olha, vo­cês es­tão me des­fei­tean­do e vou lhe avi­sar: do mes­mo jei­to que lhe apre­sen­tei es­te mo­ço, vou des­man­char tu­do. Não dei aten­ção a ela... Mas, por in­crí­vel que pa­re­ça, Sr. Cô­ne­go, des­te dia em dian­te, o meu noi­va­do mu­dou. À toa, sem mo­ti­vo, co­me­ça­mos a bri­gar... Até que em no­vem­bro de 1960 ter­mi­na­mos. Per­di o sos­se­go... Es­ta­mos em ­vias de rea­tar tu­do de no­vo... Não sei co­mo ­agir... Sei que vos­sa ca­ri­da­de e ge­ne­ro­si­da­de não per­mi­ti­rão que dei­xe de me aten­der. Gos­ta­ria mui­to de co­nhe­cer V. Rev.ma pes­soal­men­te, mas no mo­men­to não pos­so en­ce­tar via­gem até San­ta Ma­ria. Se ­Deus o ins­pi­rar com al­gum con­se­lho ou aju­da es­pi­ri­tual pa­ra mim, po­de es­cre­ver pa­ra Rua Do­min­gos Viei­ra... San­ta Efi­gê­nia, Be­lo Ho­ri­zon­te, e se acon­te­cer de V. Rev.ma es­tar ocu­pa­do de­mais e não pu­der me res­pon­der, mui­to lhe agra­de­ce­ria se me aben­çoas­se mes­mo sem car­ta de res­pos­ta...Te­nho mui­ta fé com Sta. Te­re­zi­nha, Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus e Ma­ria... Meu agra­de­ci­men­to mui­to sin­ce­ro, T.M.A.

Car­ta n.º 13 -Agra­de­ci­men­to de bên­ção re­ce­bi­da.

Be­lo Ho­ri­zon­te , 15 de mar­ço de 1961
Revmo. Sr. Cô­ne­go,Lou­va­do se­ja Nos­so Se­nhor Je­sus Cris­to.
Ten­do há ­dias es­cri­to uma car­ta a V. Rev.ma pe­din­do uma bên­ção pa­ra meu noi­vo A.M.N., re­si­den­te em Ves­pa­sia­no, ve­nho por ­meio des­ta, agra­de­cer a V. Rev.ma a bên­ção re­ce­bi­da. Te­nho a gran­de ale­gria de co­mu­ni­car-lhe que o meu noi­vo vol­tou ao que era an­ti­ga­men­te. Con­se­guiu um óti­mo em­pre­go, es­tá gos­tan­do de­mais, tan­to do ser­vi­ço, quan­to dos pa­trões, os ­quais pa­re­cem pes­soas bo­nís­si­mas; lar­gou da be­bi­da por com­ple­to, na ca­sa de­le tem-se mos­tra­do ou­tro, ale­gre, sa­tis­fei­to. V. Rev.ma nem cal­cu­la a de­li­ca­de­za e aten­ção de­le co­mi­go. O me­lhor de tu­do é que ele, ago­ra, ­acha que ­Deus o es­tá aju­dan­do e tem pro­cu­ra­do a re­li­gião ...Fi­quei con­ten­tís­si­ma com is­so. E se tu­do con­ti­nuar a cor­rer bem, em bre­ve, po­de­rei edi­fi­car o meu lar, se ­Deus qui­ser, se­rá aben­çoa­do por ­Deus e pe­la Vir­gem San­tís­si­ma. Pen­sei nu­ma ma­nei­ra de po­der agra­de­cer a V. Rev.ma tu­do o que fez por nós e man­dei ce­le­brar, ­aqui em Be­lo Ho­ri­zon­te, na ca­pe­la do Hos­pi­tal da Pre­vi­dên­cia, uma Mis­sa pe­la in­ten­ção de V. Rev.ma, pe­din­do a ­Deus pe­la sua saú­de e que Ele, que é To­do Po­de­ro­so, pos­sa aju­dá-lo sem­pre a au­xi­liar os ne­ces­si­ta­dos. M... dis­se-me que sua res­pos­ta vi­ria atra­vés de ­Deus e as­sim acon­te­ceu. Pe­ço-lhe que não se es­que­ça de nós. Nas ­suas ora­ções pe­ça pa­ra que se­ja­mos fe­li­zes, com a aju­da de ­Deus. V. Rev.ma po­de­rá ter a cer­te­za que, em mi­nhas ora­ções, pe­di­rei sem­pre a ­Deus pa­ra aju­dá-lo. A sua bên­ção, E.M

Car­ta n.º 14 - Pe­di­do de bên­ção da saú­de e pa­ra um bom par­to.
Bom Je­sus do Ho­ri­zon­te, 08 de ju­nho de 1961
Rev.mo Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,Res­pei­to­sa­men­te pe­ço-vos a bên­ção.
De­se­jan­do-vos boa saú­de e tran­qüi­li­da­de, ve­nho por ­meio des­ta pe­dir-vos uma bên­ção de saú­de e pe­dir tam­bém que re­ze por mim. Es­tou es­pe­ran­do dar à luz a uma crian­ça es­te mês. Es­ta­va com von­ta­de de ir aí: con­fes­sar-me e fa­zer es­te pe­di­do pes­soal­men­te, mas não me es­tá sen­do pos­sí­vel. Con­to com vos­sa gran­de bon­da­de. Mes­mo de lon­ge ha­ve­reis de me aben­çoar. ­Deus vos da­rá a de­vi­da re­com­pen­sa... Vos­sa ser­va em Je­sus e Ma­ria, G.A.R. NB: Meu ma­ri­do tam­bém vos pe­de a bên­ção.

Trechos de Cartas do Servo de Deus

Car­ta n.º 1 - Es­cri­ta du­ran­te o pe­río­do da Se­gun­da Guer­ra Mun­dial. Mos­tra o in­te­res­se pe­lo Se­mi­ná­rio e pe­las preo­cu­pa­ções da Igre­ja Uni­ver­sal. Fa­la so­bre a cri­se eco­nô­mi­ca que atin­ge San­ta Ma­ria e ex­pres­sa o es­pí­ri­to de hu­mil­da­de e ca­ri­da­de pa­ra com o po­vo.

­Mons. Le­vi, nun­ca su­pus ser pos­sí­vel tan­ta po­bre­za ­aqui, de tem­pos pa­ra cá. Es­cas­sez de gê­ne­ros e con­se­qüen­te su­bi­da de pre­ços dos mes­mos, am­bas con­cor­ren­do pa­ra a di­fi­cul­da­de dos po­bres. Até pou­cos ­anos ­atrás era ra­ro en­con­trar-se al­guém que pe­dis­se dis­pen­sa de es­pór­tu­la por oca­sião da ad­mi­nis­tra­ção de sa­cra­men­to. Ago­ra é gran­de o nú­me­ro dos ne­ces­si­ta­dos nes­te pon­to, nos ­quais no­ta-se a boa von­ta­de que ­lhes vem da boa ín­do­le. Ain­da bem que, gra­ças a ­Deus, não é is­to mo­ti­vo pa­ra ­eles dei­xa­rem ou di­la­ta­rem o tem­po da re­cep­ção dos sa­cra­men­tos. Nas úl­ti­mas fes­tas rea­li­za­das ­aqui o ren­di­men­to tem da­do mal pa­ra as pe­que­nas des­pe­sas fei­tas. Pen­san­do no ren­di­men­to, com­pa­ran­do-o com as mi­nhas des­pe­sas, ti­nha for­ma­do a in­ten­ção de en­trar no es­pí­ri­to que no­to das dis­po­si­ções do Có­di­go de Di­rei­to Ca­nô­ni­co. Pre­ten­dia fa­zer o cál­cu­lo de mi­nhas des­pe­sas or­di­ná­rias, re­ser­var al­gu­ma coi­sa pa­ra al­gu­ma even­tua­li­da­de, e o ­mais dis­tri­buir com as ­obras ­pias. Lem­bro-me do San­to Pa­dre, tão ne­ces­si­ta­do, do Sr. Ar­ce­bis­po, coi­ta­do se es­for­çan­do des­ta ma­nei­ra ad­mi­rá­vel pa­ra me­lho­rar as con­di­ções de sua Ca­te­dral, do seu Se­mi­ná­rio, e de­se­jo ar­den­te­men­te man­dar-­lhes o meu au­xí­lio. Nes­te sen­ti­do, por oca­sião da ad­mi­nis­tra­ção, to­mei a pra­xe de pôr em lu­gar se­pa­ra­do, não só o que es­tá ta­xa­do, mas al­gu­ma quan­tia ­mais, pa­ra ofe­re­cer na oca­sião de pres­tar con­tas. Mas ain­da não pu­de pôr em prá­ti­ca, à vis­ta do que dis­se aci­ma.. Es­pe­ro que Nos­so Se­nhor, sub­me­ti­do o po­vo a es­ta pro­va­ção a que tem si­do sub­mis­so, nor­ma­li­ze as coi­sas. Fa­ço-lhe es­ta ex­po­si­ção por­que sei a es­ti­ma que o Sr. me tem, e que não le­va a mal ­lh'a fa­zer. Vou ter­mi­nar en­vian­do-lhe meu sau­do­so abra­ço.
Seu hu­mil­de co­le­ga e ami­go, Pe. La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho.San­ta Ma­ria, 14 de de­zem­bro de 1940 26.

Car­ta n.º 2
­Mons. Le­vi,gra­ças a ­Deus, ape­sar de já ter com­ple­ta­do os ­meus 55 ­anos, que jul­go ser o iní­cio da ve­lhi­ce, sin­to-me bem dis­pos­to pa­ra a lu­ta. Re­co­men­do-me às ora­ções do bom co­le­ga e ami­go pa­ra que Nos­so Se­nhor con­ce­da-me ain­da po­der tra­ba­lhar até o fim da mes­ma, por al­guns lus­tros... Pe. La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho, San­ta Ma­ria, 14 de no­vem­bro de 1941

Car­ta n.º 3 - Co­mu­ni­ca­do do Vi­gá­rio La­fa­yet­te so­bre a Con­sa­gra­ção da Pa­ró­quia ao Ima­cu­la­do Co­ra­ção de Nos­sa Se­nho­ra:
San­ta Ma­ria do Sua­çuí, 10 de ju­nho de 1947
Ex.mo e Rev.mo Sr.Dom Se­ra­fim Go­mes Jar­dim
Ve­nho Co­mu­ni­car a V.Ex.a que, con­for­me man­dou, no dia trin­ta e um do mês pas­sa­do, fiz a Con­sa­gra­ção des­ta Pa­ró­quia ao Ima­cu­la­do Co­ra­ção de Nos­sa Se­nho­ra. Hou­ve, na­que­le dia, ­aqui, pe­la ma­nhã, Mis­sa fes­ti­va com co­mu­nhões; à tar­de, pro­cis­são, ter­mi­na­da a ­qual re­ci­tei o ato de con­sa­gra­ção, en­cer­ran­do a so­le­ni­da­de com a bên­ção do San­tís­si­mo Sa­cra­men­to.
De V.Ex.a hu­mil­de Coo­pe­ra­dor e fi­lho obe­dien­te em Je­sus.Vi­gá­rio La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho

Car­ta n.º 4 - Mos­tra o ze­lo do vi­gá­rio e sua preo­cu­pa­ção em or­ga­ni­zar a ca­te­que­se pa­ro­quial.
­Mons. Le­vi, quan­to às au­las de ca­te­cis­mo, vou de no­vo, se ­Deus qui­ser, ten­tar ­mais uma vez or­ga­ni­zá-las. Só ob­ti­ve que as pro­fes­so­ras de di­ver­sas es­co­las ­dêem uma au­la to­da se­ma­na; e eu dou aos do­min­gos, na se­de, e nas ca­pe­las quan­do vou vi­si­tá-las. Fiz ­meus cál­cu­los, dos ­quais ti­rei as res­pos­tas que lhe re­me­to. Sei que mi­nha de­mo­ra trou­xe-lhe em­ba­ra­ços; mas pen­sa­va que, com va­gar, me­dian­te in­for­ma­ções, po­de­ria ob­ter um re­sul­ta­do me­lhor. Na­da ob­ti­ve, e re­sol­vi fa­zer o que lhe man­do. Es­pe­ro que me des­cul­pe a de­mo­ra...Pe. La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho, San­ta Ma­ria, 16 de de­zem­bro de 1946

Car­ta n.º 5 - Dom Se­ra­fim, Arcebipso de Diamantina, ho­me­na­geou o Pe. La­fa­yet­te, es­co­lhen­do-o pa­ra o Ca­bi­do Me­tro­po­li­ta­no. Em 1947 ele foi elei­to Cô­ne­go Ca­te­drá­ti­co do Ca­bi­do de Dia­man­ti­na. Des­sa épo­ca em dian­te o po­vo foi-se acos­tu­man­do a cha­má-lo de Cô­ne­go La­fa­yet­te. Ele es­ta­va pa­ra com­ple­tar 61 ­anos.
Ex.mo e Rev.mo Sr.Dom Se­ra­fim Go­mes Jar­dim
DD. Ar­ce­bis­po de Dia­man­ti­na - MG.
Co­mu­ni­co a V.Ex.a que re­ce­bi a Pro­vi­são da­ta­da de vin­te e cin­co de ju­lho des­te ano, pe­la ­qual V.Ex.a se dig­nou no­mear-me Cô­ne­go Ti­tu­lar de sua Ca­te­dral, ten­do si­do o meu no­me apre­sen­ta­do pe­lo co­len­do Ca­bi­do Me­tro­po­li­ta­no, em reu­nião, en­car­re­ga­do des­ta in­cum­bên­cia por V.Ex.a. Com a bên­ção de V.Ex.a, pe­nhor das gra­ças de Nos­so Se­nhor, que me são ne­ces­sá­rias, es­pe­ro cum­prir o de­ver de tão hon­ro­so car­go.
De V.Ex.a hu­mil­de Coo­pe­ra­dor e fi­lho obe­dien­te em Je­sus.
Cô­ne­go La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho, San­ta Ma­ria do Sua­çuí, 13 de agos­to de 1947.


Car­ta n.º 6 - Ain­da a preo­cu­pa­ção com o Se­mi­ná­rio.
­Mons. Le­vi, meus me­lho­res vo­tos a Nos­so Se­nhor pe­la sua saú­de e bem es­pi­ri­tual. Es­tá qua­se in­tei­ra­da a con­tri­bui­ção da Pa­ró­quia de San­ta Ma­ria pa­ra com o Se­mi­ná­rio, nes­te ano. Ar­ran­jei mil cru­zei­ros por oca­sião da fes­ta de Nos­sa Se­nho­ra; e pro­mo­vi es­pe­cial­men­te pa­ra es­te fim, em Cris­tais, uma fes­ti­nha de São Jo­sé... Não me es­que­ci de tra­ba­lhar em be­ne­fí­cio da nos­sa im­pren­sa. Es­pe­ro tam­bém ob­ter au­xí­lios pa­ra a mes­ma, a co­me­çar ­mais pro­va­vel­men­te pa­ra o ano se­guin­te. Cô­ne­go La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho.
San­ta Ma­ria do Sua­çuí, 02-10-1948




Pe­di­do de gra­ça e bên­ção.

Ita­ma­ran­di­ba, 06 de agos­to de 1959
Rev.mo Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,

No mo­men­to em que pas­so a trans­mi­tir es­tas sim­ples fra­ses, ve­nho pe­dir-vos, por es­mo­la, uma ora­ção pa­ra eu al­can­çar um mi­la­gre. Eis a mi­nha si­tua­ção: Gos­to de um ra­paz há ­seis ­anos. De­pois tu­do atra­pa­lhou-se. Ho­je ele es­tá na­mo­ran­do com ou­tra mo­ça. Eu não o es­que­ço nem con­si­go na­mo­rar ou­tro ra­paz. A fa­mí­lia de­le é su­pe­rior à mi­nha e o seu pes­soal não faz gos­to, mas sei que ele gos­ta de mim e eu ain­da ­mais de­le. Por­tan­to, pe­ço-vos fa­zer-me es­que­cê-lo ou tor­nar a en­ca­mi­nhar o nos­so ca­sa­men­to. Des­de já, agra­de­cen­do, fi­na­li­zo. Pe­ço tam­bém uma bên­ção pa­ra uma so­bri­nha mi­nha que es­tá de­sam­pa­ra­da, pre­ci­san­do de uma co­lo­ca­ção, um em­pre­go. Ela é ain­da "de me­nor". No ­mais as­si­no-me, C.T.A.61

Car­ta n.º 3

Pe­di­do de bên­ção da saú­de.

Ita­ma­ran­di­ba, 18 de agos­to de 1959
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te,

Hu­mil­de­men­te vos pe­ço a bên­ção e uma ora­ção pa­ra mi­nha cu­ra, por­que vi­vo mui­to doen­te. Pe­ço-vos a es­mo­la de uma bên­ção pa­ra meu fi­lho J.G.M. que pa­re­ce so­frer uma ten­ta­ção: vi­ve mui­to de­so­rien­ta­do...
Vi­vo mui­to doen­te...
A hu­mil­de que vos pe­de, M.G.A.62

Car­ta n.º 4

Pe­di­do de bên­ção da saú­de e de con­se­lho so­bre na­mo­ro.

Rio de Ja­nei­ro, 1º de no­vem­bro de 1959
Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,

Ape­sar do Sr. não me co­nhe­cer pes­soal­men­te, es­cre­vo es­ta car­ta por­que en­con­tro-me de­ses­pe­ra­da. Pe­ço a bên­ção da saú­de por­que te­nho a ­idéia mui­to per­tur­ba­da. Ve­jo a ho­ra de fi­car lou­ca. Es­pe­ro mes­mo por car­ta, re­ce­ber es­ta gra­ça. Nas­ci aí e fui cria­da em Glu­cí­nio até a ida­de de 16 ­anos. Há cin­co ­anos es­tou ­aqui. Vi­vo ho­ras ator­men­ta­das. Sou ca­tó­li­ca, até mes­mo da Con­fra­ria de Nos­sa Se­nho­ra da Con­so­la­ção. Re­zo com fé, mas, mes­mo as­sim as coi­sas me são con­trá­rias. Pe­ço ao Sr., se for pos­sí­vel, um con­se­lho: Eu gos­to de um ra­paz aí... Tal­vez o Sr. o co­nhe­ça. É o jo­vem J.F., fi­lho de J.F. Pa­re­ce que ele me ama, mas mui­tas co­le­gas fa­zem tu­do pa­ra se­pa­rar-me des­te ­amor. Sou ór­fã de pai. Mi­nha mãe não po­de fa­zer na­da por mim. Meu ­maior de­se­jo é ca­sar-me, ad­qui­rir o meu lar. Eu tra­ba­lho, sus­ten­to mi­nha mãe. Às ve­zes nem sei se de­vo me ca­sar e vi­ver ao la­do da­que­le que eu amo tan­to. ­Qual é a opi­nião do Sr.?
M.F.S.63

Car­ta n.º 5

Car­ta de sua ir­mã con­san­güí­nea, com pe­di­do de ora­ções por al­guém.

Re­ci­fe, Pa­tro­na­to de São Vi­cen­te de Pau­lo, 18-04-1960
Meu ca­ro ir­mão,
Lou­va­do se­ja Nos­so Se­nhor Je­sus Cris­to!

Re­ce­bi uma car­ti­nha do nos­so que­ri­do ir­mão Pe. Jo­sé, dan­do-me ­suas no­tí­cias. Gra­ças a ­Deus são ­boas e con­so­la­do­ras. Não re­cla­mo nem me quei­xo de ser es­que­ci­da, ­pois sei per­fei­ta­men­te que o tem­po é pou­co. Em to­do ca­so não pos­so dei­xar de ba­ter à por­ta do seu co­ra­ção no mo­men­to. Es­tou mui­to ne­ces­si­ta­da do seu au­xí­lio, pa­ra me aju­dar a fa­zer uma vio­lên­cia ao céu, em fa­vor de uma po­bre al­ma que ­caiu no er­ro. É uma al­ma que me é ca­ra e cu­ja que­da me aba­lou... Te­nho re­za­do mui­to e com mui­ta con­fian­ça que Nos­so Se­nhor me fa­rá es­ta con­ver­são, mas vo­cê, co­mo sa­cer­do­te, tem ­mais for­ça jun­to ao al­tar, e no mo­men­to de sua mis­sa co­lo­que es­ta po­bre cria­tu­ra (cha­ma-se Ma­ria dos An­jos) na pa­te­na sa­gra­da. Nos­so Se­nhor o pa­ga­rá por mim. Es­te ano a nos­sa co­mu­ni­da­de es­tá fes­te­jan­do o tri­cen­te­ná­rio da mor­te de nos­so pai São Vi­cen­te de Pau­lo e de nos­sa mãe San­ta Luí­za de Ma­ri­lac e, pa­ra mim se Nos­so Se­nhor me con­ce­der es­ta gra­ça, se­rá uma con­so­la­ção imen­sa. Fi­co ­aqui. Con­to com ­suas ora­ções e de ­seus pa­ro­quia­nos.
Sua ir­mã ­mais de­di­ca­da,
Ir. Apo­li­ne Coe­lho, Fi­lha de Ca­ri­da­de.64

Car­ta n.º 6

Pe­di­do de bên­ção da saú­de.

São Pe­dro do Sua­çuí, 12 de se­tem­bro de 1960
Sr. Cô­ne­go,

Os­cu­lan­do vos­sas ben­fa­ze­jas ­mãos, pe­ço-vos aben­çoar-me.
É im­pul­sio­na­da por uma gran­de ne­ces­si­da­de de al­can­çar uma gra­ça que vos di­ri­jo es­ta car­ta, al­me­jan­do a vos­sa pre­cio­sa bên­ção. Sr. Cô­ne­go, te­nho um fi­lho com ­dois ­anos e pou­co, com as per­ni­nhas mo­les; ele não ca­mi­nha. Tem a ca­be­ça um pou­co cres­ci­da. Eu, há tem­po, an­do adoen­ta­da. Fui sub­me­ti­da a di­ver­sos tra­ta­men­tos, os ­quais têm si­do inú­teis. Cien­te de vos­sa va­lio­sa bên­ção, con­fia­da em ­Deus, ro­go-vos uma bên­ção es­pe­cial pa­ra meu fi­lho que não ca­mi­nha, pa­ra meu com­ple­to res­ta­be­le­ci­men­to, saú­de e fe­li­ci­da­de pa­ra to­da mi­nha fa­mí­lia. Eu de­se­ja­va ir pes­soal­men­te, mas sen­do im­pos­sí­vel (pe­los mo­ti­vos aci­ma re­fe­ri­dos), vos es­cre­vo, es­pe­ran­do re­ce­ber a vos­sa san­ta bên­ção... ­Deus vos re­com­pen­sa­rá por mim...
Subs­cre­ve a vos­sa ser­va, M.D.B.R.
Jun­ta­men­te re­me­to a im­por­tân­cia de Cr$ 50,00, sen­do uma pe­que­na es­mo­la pa­ra o Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus.
A mes­ma .65
Car­ta nº 7

Pe­di­do de bên­ção pa­ra a cu­ra do al­coo­lis­mo.

São Pe­dro do Sua­çuí, 24 de ou­tu­bro de 1960
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te,

Ve­nho por ­meio des­ta pe­dir ao Sr. pa­ra dar uma bên­ção em meu ma­ri­do, pa­ra que ele dei­xe de be­ber. Ele só fi­ca be­ben­do, não tra­ba­lha, não com­pra coi­sa ne­nhu­ma pa­ra ca­sa. Eu não sou mui­to no­va ­mais, doen­te, tra­ba­lho "por dia" pa­ra os ou­tros pa­ra sus­ten­tar ­duas me­ni­nas, com­prar o que pre­ci­sa em ca­sa. Meu ma­ri­do xin­ga, bri­ga quan­do fa­lo com ele em tra­ba­lho. Quan­do não tem di­nhei­ro pa­ra be­ber, ven­de en­xa­da, foi­ce, ga­li­nha, o que ele ­acha, pa­ra com­prar ca­cha­ça. Fi­ca na ca­ma ­dias e ­dias, só be­ben­do, man­dan­do-me pe­dir es­mo­las pa­ra tra­tar de­le. Eu não te­nho co­ra­gem de pe­dir es­mo­las, ­pois ain­da pos­so tra­ba­lhar. Ape­nas fal­ta-me o sos­se­go pa­ra po­der tra­ba­lhar. Às ve­zes es­tou no tra­ba­lho e daí a pou­co pre­ci­so lar­gar tu­do e ­sair ­atrás de­le, nas ­ruas: ele es­tá fa­zen­do ­maus ne­gó­cios, amo­lan­do os ou­tros ou dor­min­do na rua... Ele cha­ma-se J.C.
Pe­ço- vos ser aten­di­da, subs­cre­ve a vos­sa cria­da, M.C.
NB: Man­do uma pe­que­na es­mo­la, ­pois não pos­so man­dar ­mais. Man­do ape­nas Cr$ 10.00.66

Car­ta n.º 8

Pe­di­do de bên­ção e de con­se­lhos.

São Jo­sé da Sa­fi­ra, 20 de ou­tu­bro de 1960
Il.mo e Rev.mo Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,

Com o co­ra­ção con­tri­to sir­vo-me des­ta, de­se­jan­do-vos saú­de, paz e ale­gria, pa­ra fa­zer-vos um pe­di­do, o que de­ve­ria ser fei­to pes­soal­men­te... É o se­guin­te: Há ­mais de um ano que con­fes­sei e há 8 mes­ses ­mais ou me­nos que jul­go es­tar com o meu co­ra­ção ou o meu es­pí­ri­to afe­ta­do de ­maus pen­sa­men­tos, os ­quais, ­além de se­rem hor­ri­vel­men­te pre­ju­di­ciais à mi­nha al­ma, co­mo tam­bém se os co­lo­car em prá­ti­ca ha­ve­rá um gran­de pre­juí­zo mo­ral ... Con­fia­do em ­Deus e no Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te, ro­go, de joe­lhos, que o Sr. fa­ça um pe­di­do a ­Deus pa­ra que eu me li­vre de ­tais pen­sa­men­tos, sur­gin­do ou­tros ­bons no lu­gar, pa­ra que eu pos­sa es­tar con­for­me as ­Leis de ­Deus ... Aguar­do vos­sos con­se­lhos que, pa­ra mim, se­rão fon­te de ri­que­za. Ca­so se­ja pre­ci­so uma con­fis­são pes­soal es­tou dis­pos­to a fa­zê-la, so­men­te aguar­do as vos­sas or­dens...
Subs­cre­vo-me, G.P.S.67

Car­ta n.º 9

Pe­di­do de bên­ção pa­ra a fa­mí­lia e pa­ra rea­li­zar ­bons ne­gó­cios.

Ubá, 15 de no­vem­bro de 1960
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te,
Com hu­mil­da­de bei­jo-lhe as ­mãos.

Ami­go que sou de Na­cip Ray­dan e por sua in­di­ca­ção ve­nho so­li­ci­tar vos­sa san­ta bên­ção pa­ra mi­nha fa­mí­lia, pa­ra mim pró­prio e pa­ra ­meus ne­gó­cios. Há tem­pos fui ví­ti­ma de enor­me pre­juí­zo fi­nan­cei­ro, mas, com aju­da de ­Deus, vou to­can­do a vi­da pra fren­te. As­pi­ran­do em­prés­ti­mo do Ban­co..., pe­ço ao Bom Pas­tor vos­sas ora­ções e aju­da es­pi­ri­tual pa­ra es­te ca­so, com boa so­lu­ção e boa aco­lhi­da por par­te das au­to­ri­da­des, des­pa­chan­do, fa­vo­ra­vel­men­te, meu pe­di­do. Sei do ines­ti­má­vel va­lor de vos­sas pre­ces e o mui­to que po­de­rão au­xi­liar es­se hu­mil­de cria­do,
Dr. F. R. R. (mé­di­co)
Car­ta n.º 10

Pe­di­do de bên­ção pa­ra me­lho­rar a si­tua­ção fi­nan­cei­ra.

São Pe­dro do Sua­çuí, 30 de de­zem­bro de 1960
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te,

O mo­ti­vo des­ta é pe­dir ao Sr. aben­çoar-me, bem co­mo a meu ma­ri­do e ­meus fi­lhos, a fim de que Nos­sa Se­nho­ra das Gra­ças aju­de-nos a con­ser­tar a si­tua­ção fi­nan­cei­ra de meu ma­ri­do. Ele tem car­ro pró­prio, tra­ba­lha, mas o que ga­nha não é su­fi­cien­te pa­ra as des­pe­sas e mes­mo as­sim não dá. Em vos­sas ora­ções pe­ço-vos a bên­ção pa­ra ­sair o re­gis­tro da li­nha e tam­bém o em­pre­go pro­me­ti­do em Be­lo Ho­ri­zon­te, a fim de mu­dar­mos pa­ra lá. Pe­ço-vos a bên­ção pa­ra que o ano de 1961 se­ja me­lhor pa­ra nós...
En­vio a Nos­sa Se­nho­ra das Gra­ças uma es­mo­la...
M.D.H.

Car­ta n.º 11

Pe­di­do de bên­ção, co­mu­ni­ca­ção de ­boas no­tí­cias e agra­de­ci­men­to.

Go­ver­na­dor Va­la­da­res, 3 de ja­nei­ro de 1961
Rev.mo Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,
Lou­va­do se­ja Nos­so Se­nhor Je­sus Cris­to

Pe­din­do a bên­ção pa­ra mim e mi­nha fa­mí­lia, ini­cio es­ta pa­ra dar-vos mi­nhas no­tí­cias que, gra­ças ao Al­tís­si­mo, são ­boas. Tem es­ta a fi­na­li­da­de má­xi­ma de vos co­mu­ni­car o nas­ci­men­to do meu quar­to fi­lho, que nas­ceu aos 29 do mês p.p. Agra­de­ço mui­to as ora­ções que fi­zes­tes por mim, as ­quais pe­di pe­la car­ta que es­cre­vi me­ses ­atrás. Gra­ças ao bom ­Deus fui mui­to fe­liz. Pe­ço-vos lem­brar de mim, meu ma­ri­do e fi­lhos em vos­sas ora­ções, ­pois es­tas me são mui­tís­si­mo va­lio­sas. Pe­din­do-vos ­mais uma vez a San­ta bên­ção, des­pe­ço-me, aten­cio­sa­men­te, a ser­va em Cris­to,
V.P.O.

Car­ta n.º 12

Pe­di­do de bên­ção e ora­ções pa­ra um bom par­to.

Bon­fim (­Água Boa), 24 de ja­nei­ro de 1961
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te,
Pe­ço-vos as vos­sas bên­çãos.

De­se­ja­va es­tar se­guin­do via­gem pa­ra ir pes­soal­men­te à vos­sa pre­sen­ça, mas re­co­nhe­ço que não su­por­to as do­res du­ran­te tão gran­de dis­tân­cia pa­ra ir a ca­va­lo. Re­sol­vi, en­tão, vos es­cre­ver es­tas li­nhas. ­Cheia de con­fian­ça no vos­so co­ra­ção po­de­ro­so, ve­nho pe­dir as vos­sas bên­çãos pa­ra mim e pa­ra to­dos de mi­nha ca­sa. Faz 3 ­anos e 6 me­ses que es­ti­ve aí: fiz ­duas con­fis­sões e um pe­di­do (e fui mui­to fe­liz). E ago­ra, ou­tra vez, ve­nho fa­zer o mes­mo: A mi­nha fi­lha es­tá grá­vi­da ou­tra vez, sen­tin­do-se bas­tan­te doen­te e mui­to de­sa­ni­ma­da. Con­fia­da no vos­so po­der, ve­nho pe­dir pa­ra ­orar pa­ra ela, pa­ra que re­sul­te um bom par­to. Ela cha­ma-se M.A.
­Aqui fi­ca es­ta me­nor cria­da e mui­to ami­ga M. J. C.

Car­ta n.º 13

Pe­di­do de bên­ção e orien­ta­ção pa­ra rea­tar o noi­va­do.

Be­lo Ho­ri­zon­te, 17 de fe­ve­rei­ro de 1961
Rev.mo Cô­ne­go La­fa­yet­te,

Ini­cial­men­te pe­ço-vos que me per­doe se es­tou es­cre­ven­do com o tra­ta­men­to er­ra­do... e pe­lo fa­to de es­tar es­cre­ven­do à má­qui­na, mas o fa­ço a fim de tor­nar mi­nha es­cri­ta le­gí­vel, pou­pan­do vos­so pre­cio­so tem­po... ­Aqui em Be­lo Ho­ri­zon­te, on­de mo­ro, ti­ve no­tí­cia de ser V. Rev.ma um Mi­nis­tro de ­Deus vir­tuo­sís­si­mo e que, por vos­so in­ter­mé­dio, tem ha­vi­do mui­tas gra­ças de ­Deus pa­ra nós pe­ca­do­res. To­mei es­te co­nhe­ci­men­to por in­ter­mé­dio de uma mo­ça cha­ma­da M. Es­tan­do em gran­de di­fi­cul­da­de re­sol­vi re­cor­rer à vos­sa bên­ção pa­ra mi­nha pes­soa e uma ou­tra que me é ca­ra. Tra­ta-se do Sr. J. A .M., meu ex-noi­vo, ra­paz de 31 ­anos, eco­no­mis­ta for­ma­do. Co­nhe­ci es­te ra­paz em ­maio de 1958... Fi­quei noi­va em de­zem­bro de 1958. Até ­três me­ses ­após o noi­va­do tu­do ocor­reu bem... Acon­te­ce, que em mar­ço de 1959, a mo­ça que ha­via me apre­sen­ta­do a es­te ra­paz, e que às ve­zes ia à mi­nha ca­sa em vi­si­tas, de­sen­ten­deu-se com mi­nha mãe... Fi­cou rai­vo­sa com is­so e dis­se as­sim: ­Olha, vo­cês es­tão me des­fei­tean­do e vou lhe avi­sar: do mes­mo jei­to que lhe apre­sen­tei es­te mo­ço, vou des­man­char tu­do. Não dei aten­ção a ela... Mas, por in­crí­vel que pa­re­ça, Sr. Cô­ne­go, des­te dia em dian­te, o meu noi­va­do mu­dou. À toa, sem mo­ti­vo, co­me­ça­mos a bri­gar... Até que em no­vem­bro de 1960 ter­mi­na­mos. Per­di o sos­se­go... Es­ta­mos em ­vias de rea­tar tu­do de no­vo... Não sei co­mo ­agir... Sei que vos­sa ca­ri­da­de e ge­ne­ro­si­da­de não per­mi­ti­rão que dei­xe de me aten­der. Gos­ta­ria mui­to de co­nhe­cer V. Rev.ma pes­soal­men­te, mas no mo­men­to não pos­so en­ce­tar via­gem até San­ta Ma­ria. Se ­Deus o ins­pi­rar com al­gum con­se­lho ou aju­da es­pi­ri­tual pa­ra mim, po­de es­cre­ver pa­ra Rua Do­min­gos Viei­ra... San­ta Efi­gê­nia, Be­lo Ho­ri­zon­te, e se acon­te­cer de V. Rev.ma es­tar ocu­pa­do de­mais e não pu­der me res­pon­der, mui­to lhe agra­de­ce­ria se me aben­çoas­se mes­mo sem car­ta de res­pos­ta...Te­nho mui­ta fé com Sta. Te­re­zi­nha, Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus e Ma­ria... Meu agra­de­ci­men­to mui­to sin­ce­ro, T.M.A.

Car­ta n.º 14

Agra­de­ci­men­to de bên­ção re­ce­bi­da.

Be­lo Ho­ri­zon­te , 15 de mar­ço de 1961
Rev.mo Sr. Cô­ne­go,
Lou­va­do se­ja Nos­so Se­nhor Je­sus Cris­to.

Ten­do há ­dias es­cri­to uma car­ta a V. Rev.ma pe­din­do uma bên­ção pa­ra meu noi­vo A.M.N., re­si­den­te em Ves­pa­sia­no, ve­nho por ­meio des­ta, agra­de­cer a V. Rev.ma a bên­ção re­ce­bi­da. Te­nho a gran­de ale­gria de co­mu­ni­car-lhe que o meu noi­vo vol­tou ao que era an­ti­ga­men­te. Con­se­guiu um óti­mo em­pre­go, es­tá gos­tan­do de­mais, tan­to do ser­vi­ço, quan­to dos pa­trões, os ­quais pa­re­cem pes­soas bo­nís­si­mas; lar­gou da be­bi­da por com­ple­to, na ca­sa de­le tem-se mos­tra­do ou­tro, ale­gre, sa­tis­fei­to. V. Rev.ma nem cal­cu­la a de­li­ca­de­za e aten­ção de­le co­mi­go. O me­lhor de tu­do é que ele, ago­ra, ­acha que ­Deus o es­tá aju­dan­do e tem pro­cu­ra­do a re­li­gião ...Fi­quei con­ten­tís­si­ma com is­so. E se tu­do con­ti­nuar a cor­rer bem, em bre­ve, po­de­rei edi­fi­car o meu lar, se ­Deus qui­ser, se­rá aben­çoa­do por ­Deus e pe­la Vir­gem San­tís­si­ma. Pen­sei nu­ma ma­nei­ra de po­der agra­de­cer a V. Rev.ma tu­do o que fez por nós e man­dei ce­le­brar, ­aqui em Be­lo Ho­ri­zon­te, na ca­pe­la do Hos­pi­tal da Pre­vi­dên­cia, uma Mis­sa pe­la in­ten­ção de V. Rev.ma, pe­din­do a ­Deus pe­la sua saú­de e que Ele, que é To­do Po­de­ro­so, pos­sa aju­dá-lo sem­pre a au­xi­liar os ne­ces­si­ta­dos. M... dis­se-me que sua res­pos­ta vi­ria atra­vés de ­Deus e as­sim acon­te­ceu. Pe­ço-lhe que não se es­que­ça de nós. Nas ­suas ora­ções pe­ça pa­ra que se­ja­mos fe­li­zes, com a aju­da de ­Deus. V. Rev.ma po­de­rá ter a cer­te­za que, em mi­nhas ora­ções, pe­di­rei sem­pre a ­Deus pa­ra aju­dá-lo. A sua bên­ção, E.M

Car­ta n.º 15

Pe­di­do de bên­ção da saú­de e pa­ra um bom par­to.

Bom Je­sus do Ho­ri­zon­te, 08 de ju­nho de 1961
Rev.mo Sr. Cô­ne­go La­fa­yet­te,

Res­pei­to­sa­men­te pe­ço-vos a bên­ção.
De­se­jan­do-vos boa saú­de e tran­qüi­li­da­de, ve­nho por ­meio des­ta pe­dir-vos uma bên­ção de saú­de e pe­dir tam­bém que re­ze por mim. Es­tou es­pe­ran­do dar à luz a uma crian­ça es­te mês. Es­ta­va com von­ta­de de ir aí: con­fes­sar-me e fa­zer es­te pe­di­do pes­soal­men­te, mas não me es­tá sen­do pos­sí­vel. Con­to com vos­sa gran­de bon­da­de. Mes­mo de lon­ge ha­ve­reis de me aben­çoar. ­Deus vos da­rá a de­vi­da re­com­pen­sa... Vos­sa ser­va em Je­sus e Ma­ria, G.A.R.
NB: Meu ma­ri­do tam­bém vos pe­de a bên­ção.

O Servo de Deus no Seminário de Diamantina

Nos Se­mi­ná­rios Me­no­res, eri­gi­dos pa­ra cul­ti­var os ger­mes da vo­ca­ção, se­jam os alu­nos pre­pa­ra­dos com es­pe­cial for­ma­ção re­li­gio­sa, so­bre­tu­do por uma di­re­ção es­pi­ri­tual con­ve­nien­te, pa­ra se dis­po­rem, com ge­ne­ro­si­da­de e co­ra­ção pu­ro, a se­guir o Cris­to Re­den­tor (...) To­da a edu­ca­ção dos es­tu­dan­tes se­ja tal que ne­les se for­mem ver­da­dei­ros pas­to­res de al­mas, a exem­plo de Nos­so Se­nhor Je­sus Cris­to, Mes­tre, Sa­cer­do­te e Pas­tor.(Con­cí­lio Va­ti­ca­no II, De­cre­to Op­ta­tam To­tius, ns. 3 e 4).

O Se­mi­ná­rio de Dia­man­ti­na foi fun­da­do em 1867 pe­lo pri­mei­ro Bis­po da Dio­ce­se, Dom ­João An­tô­nio dos San­tos, que, se­guin­do uma for­te es­pi­ri­tua­li­da­de da épo­ca, de­di­cou aque­la ca­sa de for­ma­ção sa­cer­do­tal ao Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus. Ali, jun­ta­men­te com as ciên­cias, apren­dia-se tam­bém a sa­lu­tar de­vo­ção ao Sa­gra­do Co­ra­ção, bas­tan­te li­ga­da à de­vo­ção Eu­ca­rís­ti­ca. Foi a par­tir da pu­bli­ca­ção da En­cí­cli­ca "An­num Sa­crum" (1899), pe­lo Pa­pa ­Leão ­XIII, que o cul­to to­mou gran­de im­pul­so, com as la­dai­nhas, o mês do Sa­gra­do Co­ra­ção e a de­vo­ção à "pri­mei­ra sex­ta-fei­ra do mês". O pró­prio Ro­ma­no Pon­tí­fi­ce fez um so­le­ne ato de Con­sa­gra­ção ao Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus no dia 31 de de­zem­bro de 1899.
O Se­mi­ná­rio foi di­ri­gi­do até 1964 pe­los pa­dres da Con­gre­ga­ção da Mis­são, ­mais co­nhe­ci­dos co­mo Pa­dres La­za­ris­tas. Es­ses pa­dres ­eram, em sua gran­de maio­ria, eu­ro­peus. E o Se­mi­ná­rio se­guia o es­ti­lo es­co­lar da Eu­ro­pa, com o ano le­ti­vo co­me­çan­do em ou­tu­bro. Era uma vi­da bem di­fe­ren­te dos tem­pos de ho­je.
Em 1908, num do­min­go, 4 de ou­tu­bro10, o rei­tor do Se­mi­ná­rio Epis­co­pal, o mis­sio­ná­rio fran­cês Pe. Er­nes­to Hen­ri­que La­cos­te, re­ce­beu o jo­vem La­fa­yet­te, que vi­nha ma­tri­cu­lar-se na­que­la ca­sa de for­ma­ção sa­cer­do­tal. Con­ta­va, en­tão, vin­te e ­dois ­anos. Aque­le jo­vem al­to, for­te e ­cheio de vi­da, es­ta­va cons­cien­te do que que­ria.
Jun­ta­men­te com La­fa­yet­te ma­tri­cu­la­ram-se: Zó­zi­mo Ra­mos Cou­to (Dia­man­ti­na), Jo­sé Via­na Gon­çal­ves (Dia­man­ti­na), Gil Pe­rei­ra da Sil­va (Gua­nhães), ­Sylvio Ca­tão (Gua­nhães), Plí­nio de Ma­ga­lhães e Au­gus­to ­Lins (Ser­ro), Ubi­ra­ja­ra Via­na No­vaes e Ál­va­ro Via­na No­vaes (Ita­bi­ra do Ma­to Den­tro.
En­tran­do pa­ra o Se­mi­ná­rio, ele sa­bia que ­iria tra­jar, do­ra­van­te, ba­ti­na e bar­re­te. Sa­bia que as vi­si­tas à ca­sa pa­ter­na se­riam ra­ras. Co­me­ça­va uma vi­da aus­te­ra, de obe­diên­cia ao Pa­dre Su­pe­rior, aos pro­fes­so­res e re­gen­tes. Le­van­ta­va às cin­co ho­ras da ma­nhã pa­ra a ora­ção, mis­sa e ca­fé. Às se­te co­me­ça­vam as au­las, que ­eram in­ter­ca­la­das com equi­va­len­te tem­po de es­tu­dos. Es­tu­da­va-se uma ho­ra e ha­via, su­ces­si­va­men­te, uma au­la com du­ra­ção de uma ho­ra. O al­mo­ço era às dez e ­meia da ma­nhã. ­Após o ­meio-dia re­co­me­ça­vam as ati­vi­da­des es­co­la­res. Às 16:30, era o jan­tar. À noi­te, ha­via o chá, a ora­ção da noi­te às 20:30 ho­ras e de­pois... dor­mir. As­sim era o dia-a-dia do Se­mi­ná­rio em 1908.
Da­li do Se­mi­ná­rio, La­fa­yet­te po­dia con­tem­plar o ma­jes­to­so Pi­co do Itam­bé, que lhe tra­zia sau­da­des de ca­sa. Mas as li­ções de sau­da­des se mis­tu­ra­vam ao enor­me de­se­jo de atin­gir os de­graus do sa­cer­dó­cio e, com es­te, a pos­si­bi­li­da­de de se­cun­dar as ­ações do Cris­to Pas­tor e Mes­tre do ­Amor.
Quan­do o jo­vem se­mi­na­ris­ta foi pas­sar as pri­mei­ras fé­rias, co­me­çou a vi­ver uma ex­pe­riên­cia no­va. Era a pri­mei­ra vez que vol­ta­va à con­vi­vên­cia fa­mi­liar, ­após um pe­río­do de ro­ti­na aus­te­ra e dis­ci­pli­na­da, que ele co­me­ça­va a in­cor­po­rar à sua no­va op­ção de vi­da. Os pró­prios ­pais dos se­mi­na­ris­tas cos­tu­ma­vam tra­tá-los com for­ma­li­da­des, ­pois ven­do-os com os tra­jes ecle­siás­ti­cos, já an­te­viam os pa­dres que tan­to res­pei­ta­vam. As­sim, em ca­sa, La­fa­yet­te co­me­çou a tra­tar ­suas pri­mas com ­mais ce­ri­mô­nias, dis­se-me sua pri­ma Ir. Ga­brie­la Sa­les. Ele as cha­ma­va de "frei­ras", res­pon­den­do ao tra­ta­men­to de "fra­de". Mas às ve­zes tu­do se trans­for­ma­va nu­ma gran­de brin­ca­dei­ra de crian­ças e jo­vens.
No Se­mi­ná­rio Epis­co­pal de Dia­man­ti­na, que sem­pre ofe­re­ceu uma das me­lho­res for­ma­ções pa­ra o cle­ro do Bra­sil, La­fa­yet­te fez os cur­sos de Hu­ma­ni­da­des (Se­mi­ná­rio Me­nor), com du­ra­ção de cin­co ­anos; Fi­lo­so­fia, com du­ra­ção de ­dois ­anos; e Teo­lo­gia (Se­mi­ná­rio ­Maior), com du­ra­ção de ­três ­anos. Fo­ram dez ­anos de es­tu­do e ora­ção na­que­la ca­sa que já for­mou tan­tos fi­lhos ilus­tres pa­ra a Igre­ja e pa­ra o ­País.
Atra­vés da ci­ta­ção das dis­ci­pli­nas cur­sa­das no Se­mi­ná­rio Me­nor, o lei­tor te­rá uma vi­são so­bre a for­ma­ção hu­ma­nís­ti­ca dos alu­nos: es­tu­da­vam Por­tu­guês, La­tim, In­glês, Fran­cês, Ál­ge­bra, De­se­nho, Geo­gra­fia, His­tó­ria Uni­ver­sal, Ins­tru­ção Re­li­gio­sa, etc. O Cur­so de Teo­lo­gia ti­nha as se­guin­tes dis­ci­pli­nas: Dog­ma, Mo­ral, His­tó­ria Ecle­siás­ti­ca, Di­rei­to Ca­nô­ni­co, Sa­gra­da Es­cri­tu­ra, Her­me­nêu­ti­ca, Li­tur­gia, etc.
No Se­mi­ná­rio Me­nor, La­fa­yet­te te­ve co­mo co­le­gas uma tur­ma de ra­pa­zi­nhos bem ­mais jo­vens do que ele, em sua maio­ria, dos ­quais foi Re­gen­te (au­xi­liar de dis­ci­pli­na). Co­mo Re­gen­te, ti­nha um quar­to in­di­vi­dual. No Se­mi­ná­rio ­Maior, era um alu­no mé­dio. No cur­so de Teo­lo­gia ­suas me­lho­res no­tas ­eram em Teo­lo­gia Mo­ral, Di­rei­to Ca­nô­ni­co e His­tó­ria da Igre­ja.
Du­ran­te a as­cen­são nos es­tu­dos do Se­mi­ná­rio, até che­gar a ser or­de­na­do pres­bí­te­ro, o se­mi­na­ris­ta re­ce­bia as cha­ma­das or­dens me­no­res. São os "de­graus do sa­cer­dó­cio". Foi as­sim que no dia 24 de ­abril de 1914 che­gou a vez do se­mi­na­ris­ta La­fa­yet­te re­ce­ber a pri­mei­ra ton­su­ra (uma pe­que­na co­roa no al­to da ca­be­ça, não ­mais pra­ti­ca­da ho­je). Em 1915, re­ce­beu o dia­co­na­to, em 8 de ­abril.
An­tes da or­de­na­ção o can­di­da­to ao sa­cer­dó­cio de­ve­ria es­cre­ver um re­que­ri­men­to pe­din­do ao Bis­po que in­cluís­se o seu no­me en­tre aque­les que re­ce­be­riam as or­dens sa­cras no fi­nal do ano. Era fei­to um pro­ces­so ca­nô­ni­co na Dio­ce­se pa­ra a es­co­lha e ad­mis­são do can­di­da­to. Com o dia­co­na­to, con­fir­ma-se o cha­ma­do de ­Deus, atra­vés da es­co­lha e cha­ma­do da Igre­ja, na pes­soa do Bis­po.
En­con­tra-se no Ar­qui­vo da Cú­ria Me­tro­po­li­ta­na de Dia­man­ti­na o se­guin­te do­cu­men­to, fei­to de pró­prio pu­nho pe­lo se­mi­na­ris­ta La­fa­yet­te:

La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho, nas­ci­do, ba­ti­za­do e mo­ra­dor na Fre­gue­zia de Nos­sa Se­nho­ra da Con­cei­ção do Ser­ro, des­te Bis­pa­do de Dia­man­ti­na, fi­lho le­gí­ti­mo de Jo­sé da Cos­ta Coe­lho e Jú­lia Fe­lis­bi­na de Je­sus, na­tu­rais da di­ta Fre­gue­zia, ne­to pa­ter­no de Ro­gé­rio da Cos­ta Coe­lho e Ma­ria Eu­frá­sia de Je­sus, e ma­ter­no de Ber­nar­di­no da Cos­ta Coe­lho e Ma­ria Eu­lá­lia da Luz, com vin­te e no­ve ­anos de ida­de, de­se­jan­do ser pro­mo­vi­do às or­dens sa­cras até o Pres­bi­te­ra­to, vem ro­gar a V. Ex.a Rev.ma se dig­ne ad­mi­ti-lo à ha­bi­li­ta­ção de ge­ne­re, man­dan­do pro­ce­der as di­li­gên­cias de es­ti­lo.
Nes­tes ter­mos, pe­de a V. Ex.a Rev.ma be­nig­no de­fe­ri­men­to e E.R.M
Dia­man­ti­na, 22 de mar­ço de 1916.
a) La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho

Den­tro das "di­li­gên­cias de es­ti­lo" fo­ram ou­vi­dos os de­poi­men­tos de ­duas tes­te­mu­nhas pe­la Câ­ma­ra Ecle­siás­ti­ca, em Dia­man­ti­na: Vir­gí­lio Ma­me­de Al­ves Pe­rei­ra, 52 ­anos, e Fer­nan­do Au­gus­to de Vas­con­ce­los, 49 ­anos, am­bos re­si­den­tes na ci­da­de de Ser­ro.
De­pois de to­do o pro­ces­so apro­va­do, a or­de­na­ção pres­bi­te­ral acon­te­ceu no dia 15 de ­abril de 1917, pe­la im­po­si­ção das ­mãos do Bis­po de Dia­man­ti­na, Dom Joa­quim Sil­vé­rio de Sou­za, em ce­ri­mô­nia rea­li­za­da na Ca­pe­la do Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus, ane­xa ao Se­mi­ná­rio, que ho­je é a Ba­sí­li­ca do Co­ra­ção de Je­sus. La­fa­yet­te foi o úni­co de sua tur­ma a tor­nar-se sa­cer­do­te.
Sua or­de­na­ção foi re­gis­tra­da pe­lo se­ma­ná­rio "A Es­tre­la Po­lar", ór­gão ofi­cial da Ar­qui­dio­ce­se de Dia­man­ti­na, que, em sua edi­ção de 22 de ­abril de 1917, trou­xe uma pe­que­na co­lu­na, as­si­na­da por Pra­do, in­ti­tu­la­da NO SE­MI­NÁ­RIO, que di­zia:
"O dia 15 de ­abril, do­min­go pas­sa­do, foi, pa­ra os alu­nos des­te Es­ta­be­le­ci­men­to, ­cheio de ale­gria. Vi­ram de joe­lhos aos pés do Pon­tí­fi­ce, no re­cin­to sa­gra­do, na Ca­pe­la do Sa­gra­do Co­ra­ção de Je­sus, to­da or­na­da e re­ves­ti­da de ga­las, um jo­vem le­vi­ta e cin­co ou­tros se­mi­na­ris­tas... Co­mo ma­ni­fes­ta­ções do en­tu­sias­mo de que se acha­vam pos­suí­dos, qui­se­ram os se­mi­na­ris­tas me­no­res sau­dar o no­vo sa­cer­do­te, Rev.mo Se­nhor Pe. La­fa­yet­te Coe­lho, seu re­gen­te des­de al­guns ­anos. ­Após o al­mo­ço, se di­ri­gi­ram ao sa­lão, com a ban­da de mú­si­ca, fa­zen­do-se ou­vir o alu­no Jo­sé Al­ti­mi­ras Jú­nior, que di­ri­giu, em no­me dos co­le­gas, ao no­vo Pa­dre, pa­la­vras de gra­ti­dão e ­amor. Tam­bém o se­mi­na­ris­ta me­nor Pau­lo Ce­sá­rio pro­nun­ciou um atraen­te dis­cur­so de con­gra­tu­la­ção... O alu­no Fran­cis­co Sil­va sau­dou o no­vo sa­cer­do­te e os ou­tros se­mi­na­ris­tas por um bem ela­bo­ra­do dis­cur­so: ­'Sois, Pa­dre, dis­se ele. ­Ides es­pa­lhar en­tre os ri­cos e po­bres, en­tre os or­gu­lho­sos e os hu­mil­des, a dou­tri­na san­ta do Evan­ge­lho, tra­zer ao ­seio da re­li­gião e da Igre­ja as ove­lhas des­gar­ra­das, se­guin­do o exem­plo do Di­vi­no Mes­tre... Ó ­quão su­bli­me é a vos­sa mis­são! ­Sois aque­le que en­tra­rá no ­mais ri­co pa­lá­cio co­mo na ­mais hu­mil­de cho­ça... Te­reis le­ni­ti­vos pa­ra as do­res, pa­ra as mi­sé­rias dos in­di­gen­tes...' (E ou­tras coi­sas ­mais).
À noi­te, hou­ve tea­tro, com apre­sen­ta­ção do Dra­ma O Tio Fa­lot ou o In­cen­diá­rio de Van­gi­rar. Du­ran­te os in­ter­va­los, a ban­da exe­cu­tou vá­rias pe­ças".
Na­que­le ano de 1917, por es­tes nos­sos la­dos, lon­ge das in­for­ma­ções so­bre a guer­ra mun­dial, ­alheios a qua­se tu­do, mui­tos vi­viam tran­qüi­la­men­te. Os ­meios de co­mu­ni­ca­ção ­eram ra­ros e pou­co efi­ca­zes. O neo-sa­cer­do­te, po­rém, sa­bia que aque­le era um ano di­fí­cil: a Pri­mei­ra Guer­ra mun­dial (1914-1918) con­ti­nua­va. Os afa­ze­res mas­cu­li­nos no cam­po e nas ofi­ci­nas co­me­ça­ram a ser exe­cu­ta­dos por mu­lhe­res, ­pois os ho­mens tinham sido con­vo­ca­dos pa­ra a guer­ra. O ca­pi­ta­lis­mo co­me­ça­va a se fir­mar por to­da a par­te, com um avan­ço no se­tor in­dus­trial. A Rús­sia re­ti­ra­va-se da Guer­ra e ins­ta­la­va o re­gi­me so­cial - mar­xis­ta (co­mu­nis­mo). No­vi­da­des pa­ra o mun­do! Po­rém, em ­meio a es­ses acon­te­ci­men­tos, uma no­va luz bri­lha­va pa­ra o mun­do: em Por­tu­gal, a Vir­gem de Fá­ti­ma fa­zia de Fran­cis­co, Lú­cia e Ja­cin­ta os por­ta­do­res de sua men­sa­gem de es­pe­ran­ça e de paz.
Es­sa é uma pe­que­na mos­tra do con­tex­to em que o Pe. La­fa­yet­te ini­cia­va o seu mi­nis­té­rio pas­to­ral.
A mis­são es­ta­va co­me­çan­do. E foi exer­ci­da uni­ca­men­te na Ar­qui­dio­ce­se de Dia­man­ti­na.